13 outubro 2007

Por isso que esse país não vai pra frente



Puts, muitos filmes para ver no cinema. Esse aí estreou, saiu de cartaz e eu não vi. Que vergonha! Vergonha desse país juvenil, criado a leite com pera, "ovomaltino" na geladera e que não sabe que a educação é ouvir muito "headbenz" (pra quem não entendeu, clique aqui). Esse filme só passou em 7 salas no Brasil inteiro! Isso tinha que passar nas escolas!

Existem muitas "tribos urbanas", que se reúnem em grupos e se identificam pelas suas roupas, gestos e gírias (patricinhas, emos, punks, pagodeiros, tchutchucas e tigrões...). A expressão tribo nesses casos é usada em um sentido figurado, mas, no caso dos metaleiros, a coisa ganha outra dimensão. Citando o Sam Dunn "Os metaleiros me fazem lembrar de tribos guerreiras do passado. Mais que a afinidade musical, eles tem uma espécie de comprometimento ideológico". Não sei o que vou fazer agora para ver esse documentário... deve sair em DVD, né?

Outro filme que eu recomendo é o excelente "Tropa de Elite". Com certeza está entre os 3 melhores filmes brasileiros que eu já vi, junto com "Cidade de Deus". O terceiro filme da lista quis competir com esses dois e foi pra vala. Desapareceu e ninguém sabe o que era nem pra onde foi. Tão dizendo por aí que o Capitão Nascimento convenceu o Chuck Norris e o Jack Bauer a nem entrarem pro curso de formação do BOPE, porque aquilo lá não é coisa pra fracos. E ele fez isso por e-mail. Aliás, tô lançando a campanha "Sandro Goiano no BOPE". Já dá pra imaginar o diálogo entre o Capitão Nascimento e um marginal qualquer:

- Fala, porra! (cpt. Nascimento desfere um sutil golpe com a palma de sua mão contra o rosto do marginal como forma de incentivo à colaboração)

-Eu não sei...

(novo golpe é desferido)

-Fala, porra!

-Eu nã...

(repetidos movimentos de mão do capitão em direção ao rosto do seu interlocutor para ampliar o incentivo à colaboração)

-Fala, porra!

-Mas eu não sei....

Capitão Nascimento se vira para seu subordinado e com a extrema tranqüilidade que lhe é peculiar.

- Chama o Sandro Goiano, porra!

Tais palavras servem como um maravilhoso fármaco para memória do marginal. E assim, o capitão e seus comandados podem continuar a sua alegre aventura pelas vielas da periferia do Rio de Janeiro.

Poderíamos tirar várias conclusões desse diálogo acima. A principal dela é a facilidade de decorar o texto do Capitão Nascimento. Se você algum dia for interpretar esse personagem e esquecer o texto, é só falar "porra" ou qualquer outro palavrão, que não tem erro.

Mas, agora falando sério. Para mim a principal mensagem do filme, e é uma coisa muito séria que as pessoas não se dão conta... na verdade se dão, mas se fazem de loucas, é o seguinte. Tudo isso (tráfico, guerra no morro, guerra urbana que vivemos e tal) é sustentado pelo usuário de drogas. E pior, o usuário sabe que as drogas que ele compra vêm de grupos armados que controlam os morros e faz a escolha consciente de sustentar o crime. O filme mostra de maneira bastante vívida a realidade que nós conhecemos: o comprador de drogas (aquele seu amigo que fuma um baseadinho "inocente") faz passeata pela paz, mas é amigo/cliente do traficante. Se você é usuário de drogas, você é o responsável pela violência. Você dá o dinheiro para o bandido comprar arma, subornar o policial corrupto e tudo mais. Sim, quando um familiar seu morrer com um tiro na rua, não culpe o bandido, a polícia, os políticos, o sistema... culpe a si mesmo. Você pagou aquela bala.

5 comentários:

Luiz Augusto disse...

Uêpa! O METAL já tá aqui baixado e prontinho esperando a gente assistir! Já tava empolgado, mas fiquei mais ainda com o trailer! Tá aí um filme que se eu não pudesse baixar na internet, ia ficar morrendo de vontade de ver mas nunca veria.

Realmente "Tropa de Elite" é um dos melhores filmes brasileiros (esse eu fiz questão de ver no cinema). Levanta muitas questões interessantes e causa discussões produtivas, o q é ducarái!

A questão do "usuário culpado" é realmente fato, mas a coisa não é tão simples. O usuário tem culpa, mas não 100% dela, existe por trás dele toda uma rede de decisões. A "escolha de sustentar o crime" não é assim sempre "consciente", tanto quanto a decisão de virar traficante. É fato que se não houvesse demanda, não haveria oferta, mas esse fato só existe no mundo da imaginação. A demanda e a oferta por drogas sempre existiram e sempre vão existir. O esquema é fazer com que esse não seja um "negócio" interessante para quem trabalha no meio, é tornar o custo-benefício baixo, tanto financeiro quanto social. Se o cara tem à disposição um emprego que paga bem e ele não precisa de tomar tiro pra isso, ele vai preferir (e mesmo com as coisas do jeito que são hoje, a grande maioria das pessoas prefere um subemprego que não paga nem a comida do que se meter com tráfico). Vc reprime quem trafica (mas tem que reprimir pesado TODO o sistema, não só a ponta do iceberg, q é a distribuição local) e possibilita condições praqueles que substituiriam os atuais não o fazerem. Essas questões abrem várias outras, como a viabilidade da legalização das drogas, até que ponto a repressão violenta é negativa ou positiva (e até mesmo COMO medir isso), a valorização da mão-de-obra, a corrupção como expressão máxima do "cada-um-por-si e EU pisando em quem passar na frente", a passividade política do Brasil frente às outras grandes potências econômicas do mundo e por aí vai. É pano pra muita manga!

Anônimo disse...

Concordo com o Mestre Aleija. quem compra é culpado. 100% culpado.

Anônimo disse...

ponto final.

Luiz Augusto disse...

Outro assunto bem interessante de debater é a CENSURA! HEHEHE! :p

Unknown disse...

bah, o auei é totalmente retardado, mt tri!!