Ok, ok, essa é a semana Iron Maiden. Desde que anunciaram que ia ter show em Porto Alegre que eu não falo em outra coisa. Boa notícia! Quarta-feira eu vou mudar de assunto! Vai deixar de ser “como vai ser o show do Iron” para “como foi o show do Iron”. E provavelmente esse vai ser o assunto do resto da minha vida. Já fiquei imaginando eu contando para os meus netinhos:
(ano de 2088, netinho mexendo nas velharias do vovô)
- Vovô, o que é isso?
- É um CD, meu filho. Antigamente a gente tinha que comprar discos para ouvir as músicas. E vinha só áudio, nada de hologramas e essas coisas.
- Puts, e dá pra só ouvir a música? Sem ver as coreografias? Como é que vocês faziam isso?
- Ah, meu filho, é que naquela época as músicas eram feitas para ouvir. Os músicos se organizavam em bandas e tocavam instrumentos....
- O quê?
- É, eles tocavam os instrumentos. Não tinha computadores fazendo tudo, até cantando que nem fazem hoje.
- Que saco...
- Pega o disco da ponta aí, filho... isso, esse aí com um monstro.
- Que coisa brega, vô, o que é isso? Tem um desenho de um morto-vivo na capa. Que coisa mais início de século...
- Pra dizer a verdade, esse disco é do século passado, mas é o disco preferido do vô até hoje. Na época, muitos pais proibiram seus filhos de ouvirem isso, porque se chamava “O Número da Besta”. Era muita, como se dizia na época, atitude. Mas os velhos achavam que era satanismo, e era ruim para os jovens.
- Ah, que nem o show que a mamãe não deixou eu ir semana passada só porque os caras matam uma criança no palco e todo mundo tem que ir lá gozar nas entranhas dela?
- É mais ou menos isso, mas naquele tempo era tudo mais inocente.
- Mas o que esse....disco tem de bom?
- Essa é uma das bandas mais importantes do rock ... vovô já te contou da vez que ele foi ao show do Iron Maiden?
- Sim, já contou....
- Lembro direitinho, foi no Gigantinho... um ginásio que ficava do lado Beira-Rio.
- Do lado do quê?
- O Beira-Rio era o estádio do time do Internacional... que era como se chamava o Wall Mart Inter antes de ser comprado.
- E o senhor foi lá, vô?
- Fui. Naquela época os torcedores do Microsoft Grêmio podiam ir até aquela parte da cidade e os Wallmartenses podiam vir aqui. Não era essa guerra que é hoje.
- bah...
- Mas, voltando ao show, aquilo que era heavy-metal, meu filho. Os caras subiam no palco com suas guitarras, um baixo, uma bateria e o melhor vocalista que existia e faziam as pessoas ficarem loucas, em transe por quanto tempo durasse o show. Era praticamente uma religião.
- Mas tinham só pessoas no palco? Tocando guitarras, vô? Que coisa mais brega... devia ser uma chatice...
- Não era não, a gente se divertia muito.
- Só imagino... mãe, vem cuidar aqui do vô que daqui a pouco ele vai começar o assunto da moda da bandana com kilt, eu não quero ouvir isso de novo.
- O cara que usava bandana e kilt não era do Iron Maiden, era do....
- Tchau, vô. Tenho que ir encontrar o pessoal.
- Esses jovens não respeitam nada, não querem saber de cultura... pra onde vai o mundo?
8 comentários:
Bah Aleja, muito bom. Parabéns!!
Só uma correção: Quitanda do Zé Grêmio!
Abraço. Augusto.
Há!
Ganhei do Luiz!!!
Augusto, vai uma banana?
PS. Muito boa!
Não entendi. O que é "Iron Maiden"?
A última frase do texto até parece que foi a Janine que escreveu... Coloca a burka, mulé!
"Quitanda do Zé" vai ser o dono do Atlético Mineiro.
...o tempora, o mores...
HEHEHEH!!!
Contanto q seja o Zé Gates, neto do Bill, por mim tá ótimo!
Demorei mas comentei!
Ficou bom. Rodrigo é o Max Barry gaudério.
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