Carnaval é tempo de chumbregância!

É isso aí, a guerra é tão deprimente quanto um grupo de loiras velhas dançando (como diria o Dahmer), mas o carnaval tá aí e é uma chance para nós, solteirões, conseguirmos algum lucro.... ou pelo menos tirar um pouco do atraso. Vamos a luta, irmãos, afinal essa coisa de solteirice enlouquece as pessoas mesmo. Tem um amigo meu que chegou ao cúmulo de raspar uma das pernas só para de noite esfregar uma perna na outra e ter a sensação de que tá com uma mulher. É mole? Com certeza não é. Mas e o outro que foi no motel sozinho e perguntou para a recepcionista se ela podia “quebrar um galho” pra ele. Tá loco, maluco. E teve um conhecido meu que foi pra porta do motel perguntar para as pessoas que entravam se elas queriam participar de uma suruba. Quando elas perguntavam “Quantas pessoas vai ter?” ele respondia “Se vocês deixarem eu entrar no carro aí, vai ter três.”
OK, OK, mas tudo isso são medidas desesperadas e paliativas enquanto nós não encontramos o lendário “par perfeito”. Pra quem não sabe, no incompleto universo dos solteiros e sua busca incansável por uma companhia, há um conceito essencial, irrefutável, pessoal e intransferível que sempre tem que ser colocado quando questionado, seja num boteco ou no Orkut, ou ainda, em alguns casos mais desesperados e deprimentes (eu ainda chego lá), nos sites de paquera: Qual o seu par perfeito. Dizem que ter uma resposta clara para essa pergunta fará com que você o encontre, mas sei lá. Tem uma amiga minha que começou uma lista com as coisas que o homem da vida dela tem que ter. A última notícia que eu tive dela, ela tinha sido internada no São Pedro, agora escrevia com caneta de ponta porosa e estava na página 11.348, ítem 1036 “A respeito dos hábitos sócio-culturais pós-apocalípticos”, sub-ítem 12 “Ele deverá, cavalheirescamente, ressuscitar anter de mim e vir cordialmente ajudar-me a levantar – lembrar de perguntar sobre isso no primeiro encontro.” Dizem que ela está quase terminando a lista.
Já tem um outro amigo meu que diz “o meu tipo de mulher é a do sexo feminino”. E tem gente que diz que ele é seletivo demais, por isso tá sozinho. Ah, lembrei de um agora que foi casado durante trinta anos e só foi extremamente feliz nos últimos 5. É que a mulher dele fugiu com o encanador e deixou uma boneca inflável no seu lugar. Depois dos 5 anos mais felizes de sua vida, ele ficou desapontado quando a mulher que ele amava desesperadamente estourou enquanto servia o chá da tarde. Uma pena...
Quanto a mim, nunca sei o que reponder quando me perguntam sobre o meu par perfeito. Com certeza penso em uma mulher linda, inteligente, culta... sabe, alguém para discutir Tenessee Williams, Hermann Hesse, Hegel e Bill Watterson em frente a lareira nas noites frias de inverno, mas com a aparência da Charlize Theron .... mas eu sei que quando a paixão vem, nada disso importa. Se ela quer discutir Big Brother, “oh, que querida”, ela tomou todas e tirou a blusa no meio da rua? “ah, ela é louquinha assim mesmo”. Ela tem um berruga cabeluda na ponta do nariz e usa tapa-olho? “mas é a berruguinha mais linda que eu já vi! E tapa olho? Nunca notei...” O par perfeito não tem explicação. Não adianta fantasiar, simplesmente acontece, ou não.
Até pensei agora em um diálogo de um homem encontrando seu par perfeito:
- Oi, eu sou o Fulano.
- Oi.

Mas é isso aí, que mesmo em meio a essa confusão, meus votos são que todos os solteiros encontrem o seu par neste carnaval, afinal “sempre tem um chinelo velho para um pé torto”. Mas que no meu caso, eu seja o pé torto, porque mulher pra mim tem que ter o pé bonitinho.